01/08/2011

O quê?

Sem mais nem porquês, você se despediu...deu o seu basta com fúria na boca e amor nos olhos..te digo, a tua voz alta, querendo me causar medo...foram quase que no volume mínimo, comparados com o desespero gritante dos teus olhos...eu vi amor (o tempo todo), e você também. Nada de críticas, nem vestígios de julgamento...tua atitude foi esperada, e por ser esperada, doeu...queria o surpreendente, queria quebrar a cara, queria está errada...queria o teu silêncio, o teu olhar mirado ao meu...dizendo-me:  “não sei o que fazer.”, essa é  a verdade. Mas você se foi. Entre as inúmeras lembranças que tive, as fotos, ao contrário do que imaginei, me fizeram sorrir, te juro...fui às nuvens, apenas pra te buscar meu anjo...buscar o teu sorriso, que hoje não são mais doados à mim. Vivi cada dia como devia ser vivido...lento, comprido, e me senti liberta das algemas que tanto me feriam. Mas ai vem você...tímido, me pediu um beijo, falando baixo, discreto...mostrando o quão ausente se fez o orgulho...e não diferente das demais vezes, sussurrou: “menina, eu te amo!”, e no olhar, se repetiu as mesmas letras e tom: “não sei o que fazer.”, engraçado, novamente...essa é a verdade, mas você nem sonha que eu sei, porquê você ainda não sabe, por infidelidade ao seu querer. Se você quer, saiba primeiro...o quê. Eu sei que falta muito, mas eu continuo indo…e nem sempre, vindo.

(Amanda Barbosa)

05/07/2011

Instantânea

Ando fugindo de mim mesma esses dias, achando melhor não me torturar com a imagem que tenho...pois me envergonha a maneira pela qual lido com a situação de ser só...não por querer, ou pelo não ter, mas por não conseguir despertar a sensação de sentir o tempo todo por muito tempo o amor por uma única pessoa...por medo talvez, ou por achar que o melhor feito por alguém, pode sim...ser superado. A banalidade com que vejo meus casos mal resolvidos é ridícula, me vejo e sei que transmito insegurança e falta de sentimentalismo nas pessoas...por tentar demais, por trocar demais, por dizem “eu te amo” sem ter certeza, por me entregar ao todo, mesmo que por pouco tempo. Me sinto totalmente forte, e mesmo nessa vergonha  e “entrega” instantânea de sentimento...não me vejo sofrer, nem fico me lastimando pelo feito mal feito. A verdade é que...se em meio a tanta decepção, houve algum momento jogado feliz, me sinto bem, me sinto satisfeita. Sou julgada o tempo todo, pelo meu apetite de amante, pelo meu fogo nos lances e pelo desejo insaciável de querer experimentar novos olhares, bocas, jeitos e frustrações. Me autodenomino completamente incansável...pois se meu erro for de tentar demais, garanto que erro com gosto, mesmo causando desgosto...mas a possibilidade de desistir dessa busca diária, está totalmente descartada. Amo à você, por dois segundos se for o necessário...caso contrário, continuo amando outros mundos ou o meu mundo, onde coloco e tiro quem quero. O direito de amar por amar a vida toda, só à mim é dado.


(Amanda Barbosa)
Decifra-me ou te devoro.




01/06/2011

Por direito  
                                                
Solidão é meu sobrenome, minha identidade nada secreta, talvez mais visível do que meu próprio rosto...não consigo mais me esconder do que simplesmente me explica, me auto-denomina...solitária. Já me acostumei com olhares vazios, com desejos meia boca, com um “sim” meio “não”, ou um “quem sabe” meio “nunca”...e na acomodação do ser só, me peguei pensando nas inúmeras vezes que me vi amando, sonhando, querendo e planejando um futuro ao lado de alguém...não um alguém qualquer, mas um alguém que aceitasse meu mau humor, que não me poupasse um segundo sequer, que brincasse comigo quando a saudade da infância batesse, que fosse ao meu lado para qualquer canto...mesmo que em pensamento. Um alguém pra ser chamado de meu...só meu..por opção, por desejo, por amor. Pergunto-me sem cansar o porquê de ser tão difícil, o porquê de ser diferente de todas outras mulheres...quero, exijo, necessito de uma explicação...porque tenho o direito de enlouquecer por amor, de chorar de emoção ao ganhar flores ou por ter que me despedir, preciso de motivos concretos para seguir linda, viva e feliz...peço que me atendam, porque não quero mais me acomodar, nem aceitar a exclusão da ternura, do companheirismo, do sentimento. Concluo nesse mais que pensado que quero sentir paixão, quero até sofrer por uma traição...só não quero é não sentir, não permitir aprender sobre os prazeres e desprazeres de uma vida acompanhada, não quero dever ao meu coração que tanto me cobra...quero mostrá-lo o que é amar, dizê-lo que mudei de sobrenome, prová-lo que sou a primeira opção e não a última...e sei que vou viver com, por e para alguém...além de mim. 

Amanda Barbosa -25/05/11
 

03/05/2011

Infiéis ao amor

Em quantas enrascadas nos metemos, quantas chances oferecemos para os maus dizeres, quanto esquecimento produzimos em nossas lembranças, certezas e amor... por que mesmo não querendo, fingíamos não nos querer, se eu te quero, se você me quer?! Por que a gente se dá o direito de sofrer? Loucos, tolos, estúpidos, infiéis com o amor...isso que somos! E diante de tanto erro, vi o lado bom (falo por mim), pois revisei, analisei tudo aquilo que por raiva, ou melhor, por ódio, não me permitia enxergar...e no baixar da poeira, na calmaria dos nervos, vi que tudo está esclarecido como sempre esteve...nada, absolutamente nada mudou...por teimosia do bem querer e do desejo de permanecer! Não sei por quê insisto em me fazer de desentendida...mania de evitar o inevitável me cansa, mas se faz necessária diante da vontade de te fazer sumir. Nessa limpeza de visão, sem qualquer tipo de embaço, te vi... jogado aos meus sentimentos, dos mais diversos possíveis...lindo, solitário e egoísta...tomando conta de mim, ao lado de um muro de concreto indestrutível, onde não existem brechas para intrusos, onde ninguém consegue te eliminar, ninguém tem força pra lutar contra você...contra você não, contra o amor, o amor que me consome, que me confunde, que me enlouquece, que me arrepia...o amor que te entreguei...sem pedir devolução. E minha ira aumenta por isso...porque você sumiu, porque meu telefone não toca mais com seu nome, porque já não me preocupo por dois, porque tenho que aguentar a saudade, porque não consigo me adaptar sem suas crises, porque não vou mais poder ouvir seu choro, seu sorriso, sua respiração junto ao meu rosto...e tenho medo de achar que não te conheço mais, porque você parece não me reconhecer...logo você, que desenhava sem erro cada curva minha, que lia as palavras que meus olhos diziam, que decifrava o tempo todo meus códigos, que sabia quando minha boca era justa e injusta, logo você que pedia pra eu não mais te deixar...logo você...ouvinte diário do “eu te amo”...duvidou, não acreditou, jogou, feriu, puniu, fez chorar, fez cansar...o que só por você e pra você existia...amor! 

(Amanda Barbosa)

20/04/2011

Longe das cinzas, perto do fogo...

Que vergonha de não te expor todo dia tudo aquilo que está coberto entre carne, ossos, veias, órgãos..que feio não dizer-te a beleza incomparável  que está nas linhas e entrelinhas do meu sentimento. Olho no fundo dos teus olhos e me vejo tão submissa aos teus encantos. Vejo a doçura com que tua boca se move me falando besteiras e carinhos...a raiva com que ela se movimenta quando faço algo fora do seu agrado, me dando surras de palavras... e a agressividade implorando por um beijo...cada simples movimento do teu rosto me surpreende, me hipnotiza...tua pele fervendo de tanta vontade de encostar na minha, que está congelada decorrente ao nervosismo...clamando por derretimento. Te vejo encaixado à mim, que até mesmo meu próprio corpo não conseguira tamanha exatidão. O mundo conspira, o mundo grita, o mundo ouve nossos suspiros, e sente que como a digital de cada um, somos únicos na vida um do outro, não há como falsificar, não há como existir outro de você, nem outra de mim...não há espaço para mais ninguém...tenho certeza disso, até quando vida não mais existir...seria ainda pouco? Sim, seria! Te recriaria outras tantas vezes só pra admirar cada gesto seu, mesmo que de longe. Faria questão de rever repetitivamente, porque sou viciada em suas cenas...nas suas atuações. Seria preciso mais de uma vida pra apagar essa chama ...onde o fogo parece ser infinito...onde não existe previsão para término...onde as cinzas estão longe. 


(Amanda Barbosa)
Escrever...é despejar tudo aquilo que não basta ser sentido.