Ando fugindo de mim mesma esses dias, achando melhor não me torturar com a imagem que tenho...pois me envergonha a maneira pela qual lido com a situação de ser só...não por querer, ou pelo não ter, mas por não conseguir despertar a sensação de sentir o tempo todo por muito tempo o amor por uma única pessoa...por medo talvez, ou por achar que o melhor feito por alguém, pode sim...ser superado. A banalidade com que vejo meus casos mal resolvidos é ridícula, me vejo e sei que transmito insegurança e falta de sentimentalismo nas pessoas...por tentar demais, por trocar demais, por dizem “eu te amo” sem ter certeza, por me entregar ao todo, mesmo que por pouco tempo. Me sinto totalmente forte, e mesmo nessa vergonha e “entrega” instantânea de sentimento...não me vejo sofrer, nem fico me lastimando pelo feito mal feito. A verdade é que...se em meio a tanta decepção, houve algum momento jogado feliz, me sinto bem, me sinto satisfeita. Sou julgada o tempo todo, pelo meu apetite de amante, pelo meu fogo nos lances e pelo desejo insaciável de querer experimentar novos olhares, bocas, jeitos e frustrações. Me autodenomino completamente incansável...pois se meu erro for de tentar demais, garanto que erro com gosto, mesmo causando desgosto...mas a possibilidade de desistir dessa busca diária, está totalmente descartada. Amo à você, por dois segundos se for o necessário...caso contrário, continuo amando outros mundos ou o meu mundo, onde coloco e tiro quem quero. O direito de amar por amar a vida toda, só à mim é dado.
(Amanda Barbosa)
