Por direito
Solidão é meu sobrenome, minha identidade nada secreta, talvez mais visível do que meu próprio rosto...não consigo mais me esconder do que simplesmente me explica, me auto-denomina...solitária. Já me acostumei com olhares vazios, com desejos meia boca, com um “sim” meio “não”, ou um “quem sabe” meio “nunca”...e na acomodação do ser só, me peguei pensando nas inúmeras vezes que me vi amando, sonhando, querendo e planejando um futuro ao lado de alguém...não um alguém qualquer, mas um alguém que aceitasse meu mau humor, que não me poupasse um segundo sequer, que brincasse comigo quando a saudade da infância batesse, que fosse ao meu lado para qualquer canto...mesmo que em pensamento. Um alguém pra ser chamado de meu...só meu..por opção, por desejo, por amor. Pergunto-me sem cansar o porquê de ser tão difícil, o porquê de ser diferente de todas outras mulheres...quero, exijo, necessito de uma explicação...porque tenho o direito de enlouquecer por amor, de chorar de emoção ao ganhar flores ou por ter que me despedir, preciso de motivos concretos para seguir linda, viva e feliz...peço que me atendam, porque não quero mais me acomodar, nem aceitar a exclusão da ternura, do companheirismo, do sentimento. Concluo nesse mais que pensado que quero sentir paixão, quero até sofrer por uma traição...só não quero é não sentir, não permitir aprender sobre os prazeres e desprazeres de uma vida acompanhada, não quero dever ao meu coração que tanto me cobra...quero mostrá-lo o que é amar, dizê-lo que mudei de sobrenome, prová-lo que sou a primeira opção e não a última...e sei que vou viver com, por e para alguém...além de mim. Amanda Barbosa -25/05/11